Tem o objetivo de despertar a discussão na Internet através do Site Lausanne Conversa Global de onde extrai o presente artigo.
bíblico fundamental de mordomia holística. À medida que a igreja se torna cada vez mais consciente
das questões de sustentabilidade, busca entender e fortalecer o papel do negócio, e expande a
mensagem da graça de dar como motivo central da vida cristã, um ambiente para transformação cria
raízes: pessoais e corporativas.
Mordomia centrada em Cristo – ou seja, gerenciamento dos recursos de Deus para Seus propósitos –
começará a promover mais responsabilidade em relação aos negócios e ministério, mais colaboração
nos esforços ministeriais para maior eficiência, e motivações saudáveis e padrões de doar nas vidas de
todos cristãos, independentemente da riqueza, localização ou status.
[+/-]
Mordomia do Reino: Equipar Discípulos, Mobilizar Recursos e Utilizar Tecnologia
para Avançar a Missão de Deus no Mundo
Autor: Ram Gidoomal
Nota do Editor: Este Documento Avançado Cape Town 2010 foi escrito por Ram Gidoomal em
colaboração com o Grupo de Trabalho de Mobilização de Recursos como uma visão panorâmica do
tópico a ser discutido na sessão Multiplex sobre ―Mobilização de Recursos para a Evangelização do
Mundo‖. As respostas a este documento serão encaminhadas através da Conversa Global Laussane
para o autor e outras pessoas para ajudá-los a formar a apresentação final no Congresso.
Introdução
No início do século vinte, uma oportunidade sem precedentes existe para discipular a igreja no padrão
bíblico fundamental de mordomia holística. À medida que a igreja se torna cada vez mais consciente
das questões de sustentabilidade, busca entender e fortalecer o papel do negócio, e expande a
mensagem da graça de dar como motivo central da vida cristã, um ambiente para transformação cria
raízes: pessoais e corporativas.
Mordomia centrada em Cristo – ou seja, gerenciamento dos recursos de Deus para Seus propósitos –
começará a promover mais responsabilidade em relação aos negócios e ministério, mais colaboração
nos esforços ministeriais para maior eficiência, e motivações saudáveis e padrões de doar nas vidas de
todos cristãos, independentemente da riqueza, localização ou status.
Seção 1. Mordomia do Reino: Discipulado de Mordomia Centrado em Cristo
Enquanto a maioria dos cristãos, senão todos, aplica a linguagem de mordomia para descrever a missão
de Deus no mundo, o entendimento teológico fundamental de mordomia varia grandemente entre
denominações e tradições religiosas.
2
Alguns grupos pensam que mordomia é dizimar. Outros acham que mordomia significa voluntariar ou
viver um estilo de vida simples. Outros ainda identificam mordomia com conservação ambiental, ação
social, doações de caridade ou fazer discípulos através do evangelismo.
Cada uma dessas boas e necessárias atividades apontam para um aspecto essencial da mordomia. Mas
cada uma delas isoladamentedeixa de capturar a visão inspiradora da mordomia bíblica como forma de
discipulado holístico que engloba toda vocação legítima e chamado para cumprir a missão de Deus no
mundo. Nesse sentido, mordomia holística, generosidade transformacional, ministério no local de
trabalho, negócio como missão e o movimento da teologia do trabalho, todos compartilham um ponto
em comum na questão da origem na visão bíblica de missão como discipulado holítico.
Por que essa visão inspiradora sofreu uma combatida? Ela sofreu oposição por duas razões principais:
(1) porque evangélicos tiraram a mordomia de um entendimento holístico da missão de Deus para
levantar fundos para missões globais e para a igreja local, e (2) porque evangélicos, ao mesmo tempo,
mantiveram a distinção problemática entre vocação clerical e vocação comum, que serviu apenas para
reforçar o antigo muro que foi eregido entre chamados sagrado e secular.
Como resultado imediato do Primerio Congresso Internacional sobre Evangelização Mundial, John
Stott, em suas palestras de Oxford em 1975 entituladas A Missão Cristã no Mundo Moderno,
identificou a raiz teológica da causa do problema. Ele discerniu que evangélicos pareciam incapazes de
se integrar satisfatóriamente com o Grande Mandamento (Lev 19:18), de ―amar o teu próximo como a
si mesmo‖, com a Grande Comissão (Mat 28:19), de ―ir e fazer discípulos de todas as nações.‖ A
missão de Deus, Stott insistiu em Mateus 5:13-16, ―descreve tudo para o que a igreja foi enviada para
fazer no mundo. [Ela] engloba a vocação dupla do serviço da igreja de ser ‗o sal da terra‘ e ‗a luz do
mundo‘ (pag. 30-31). O alvo Lausanne é que toda a igreja apresente todo o evangelho para todo o
mundo.
Nós do Grupo de Trabalho de Mobilização de Recursos acreditamos que o entendimento correto do
escopo da missão de Deus coloca uma responsabilidade de mordomia sobre todos os cristãos para se
unirem ao Filho no poder do Espírito para cumprirem o propósito do Pai na criação e redenção. No
seu nível mais básico, mordomia bíblica é holística e missional, tocando todas as áreas da vida e
aplicada a toda vocação legítima no serviço para Jesus Cristo, que é ―o primogênito de toda criação‖ e
―a cabeça do corpo que é a igreja‖ (Col 1:15-20). 3
À luz desse sentido de missão, a responsalidade do Grupo de Trabalho de Mobilização de Recursos é
oferecer à igreja global um conceito robusto de mordomia do reino e de generosidade através da
distribuição de recursos bíblicos estratégicos, e também avançar a oportunidade global de aumentar a
coloboração do reino para apoiar ministérios sustentáveis ao redor do mundo através do uso de
tecnologias emergentes e conectividade dos tempos atuais sem precendentes.
Mordomia do Reino
Mordomia é um tema central em toda a Escritura tanto quanto temas bíblicos fundamentais como
criação, queda, redenção e consumação. Antes de continuarmos avançando, no entanto, precisamos
chegar a um entendimento comum do termo.
O termo mordomia tem sofrido abusos no decorrer dos anos. O dicionário define mordomia como
―gerenciamento da propriedade de outra pessoa‖. Essa pode ser uma definição suficientemente precisa
para a maioria do seu uso, mas a palavra mordomia é a tradução da palavra grega oikonomia, que se
relaciona principalmente ao gerenciamento financeiro de uma casa. O termo é uma combinação oikos -
casa, e nomos - lei.
No uso do grego clássico a palavra tem dois significados: (1) exercitar uma capacidade administrativa,
e (2) o escritório do administrador, ou mordomo. Foi usada para coisas como acomodação de prédios,
preparação de discursos, e mais particularmente, a administração financeira de uma cidade.
Nos evangelhos, oikonomia é usada principalmente para significar o gerenciamento ou administração
da propriedade de outros (Mat 20:8; Lucas12:42; e Lucas 16:2). O registro de Mateus da Parábola dos
Talentos (25:14-30) e o registro de Lucas da Parábola do Administrador Astuto (16:1-13) ilustram
claramente esse uso de oikonomia.
Nas cartas de Paulo, entretanto, a palavra oikonomia é apresentada com o significado completo e
amplo. A palavra é aplicada (1) à responsabilidade confiada a Paulo de pregar o Evangelho (1 Cor
9:17); (2) à mordomia comissionada a Paulo de cumprir o plano divino e o propósito relacionado à
igreja, que é o corpo de Cristo (Ef 3:2); e (3) ao plano ou administração de Deus, conforme a carta de
Efésios declara, foi ―estabelecido em Cristo de fazer convergir n‘Ele todas as coisas, celestiais ou 4
terrenas, na dispensação dos tempos‖ (Ef 1:9-10; 3:9; 1Tim 1:4). O significado aqui é que Deus é o
Mestre de uma grande casa (cosmos) e administra o seu governo sobre ela; isso Ele está fazendo
através da pessoa de Seu Filho, Jesus Cristo, que por outro lado comissionou Seus mordomos humanos
(Gen 1:28-30) para gerenciar a casa do Pai através do poder encorajador do Espírito Santo.
Essencialmente, mordomia bíblica é a coroação dos mordomos de Deus para cumprir a missão de Deus
na criação e na redenção. Este é um privilégio profundo e vai além do simples fato de ser um sábio
encarregado do dinheiro e da propriedade de Deus. Na verdade, as Escrituras afirmam que cada um de
nós é um mordomo da criação e do projeto de Deus para todas as áreas da vida.
Nossa gerência dos recursos de Deus não é uma solicitação, é um fato. Não escolhemos ser gerentes
dos recursos de Deus; Deus já nos confiou Seus recursos.
O Quem da Mordomia
Quase todos concordam que precisamos ser gerentes operantes e responsáveis de dinheiro, tempo,
recursos e oportunidades. Quer falemos de mordomia financeira, mordomia ambiental ou mordomia
corporativa, quem argumentaria sobre nosso dever de efetivamente gerenciar cada uma dessas áreas?
Mesmo assim, se voltarmos à definição de mordomia, que é, ―administração dos bens de outra pessoa‖,
determinamos primeiramente o Quem da mordomia. Por definição, estamos gerenciando para outra
pessoa. Mas para quem estamos gerenciando essas arenas da vida? Dependendo de quem você
pergunta, terá uma variedade de respostas. As Escrituras, entretanto, afirmam que somos gerentes dos
bens de Deus. Já em Gênesis 1 vemos que Deus é o único fundador e proprietário do empreendimento
cósmico que chamamos de universo. As Escrituras não deixam dúvida sobre sua incontestável posse e
controle de tudo que Ele fez, da terra e de seus recursos naturais, plantas e animais.
Em nenhum momento nas Escrituras lemos sobre Deus abrir mão como proprietário de tudo que criou.
O Salmo 24:1-2 nos lembra que ―do Senhor é a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nEle
vivem; pois foi Ele quem fundou-a sobre os mares e firmou-a sobre as águas‖. O direito soberano de
Deus sobre Sua criação é ainda reforçado pelo Salmo 50:10-12: ―... pois todos os animais da florestas
são meus, como são as cabeças de gado aos milhares nas colinas. Conheço todas as aves dos montes, e 5
cuidas das criaturas do campo. Se eu tivesse fome, precisaria dizer a você? Pois o mundo é meu, e tudo
o que nEle existe‖.
Deus é o Quem da mordomia. Estamos gerenciando para o Deus vivo. Outras pessoas ou organizações
podem se beneficiar quando nos tornamos efetivamente mordomos. Mas nossa principal
responsabilidade é para Aquele que nos confiou tudo ao nosso cuidado.
O O Que da Mordomia
Uma vez estabelecido Deus como criador e proprietário de tudo que vemos e experimentamos, a
próxima pergunta é: ―O que Deus confiou ao nosso cuidado?‖. A Bíblia de Estudo Sobre Mordomia
NVI (NIV Stewardship Study Bible) revela mais de uma dezena de áreas diferentes da vida que Deus
designou para nós como mordomos. Essas áreas refletem o O Que da mordomia.
Um estudo específico das Escrituras mostra que aos mordomos de Deus foi confiada uma
variedade de responsabilidades da mordomia, como: a missão de Deus no mundo; verdade; nova vida
em Cristo; bens tangíveis como dinheiro e propriedades; graça e perdão; o meio-ambiente; a revelação
de Deus da Sua vontade na Bíblia; instituições como família, o estado e a igreja; nossos corpos; tempo;
relacionamentos de todos os tipos na família e na sua extensão; a formação do nosso caráter; nossos
vários papéis como servos; e nossos talentos, aptidões naturais e dons espirituais.
Este tipo de gerenciamento completo é uma responsabilidade grande que vai além do ser um
sábio encarregado do dinheiro e da propriedade de Deus. Quando este entendimento de mordomia é
destilado até sua idéia central, vemos que os mordomos bíblicos são gerentes de confiança do plano de
Deus para todas áreas da vida. É claro que o privilégio de ser mordomo de Deus requer que cada um
de nós entenda para o que ele ou ela foi chamado para gerenciar. E mais, como povo de Deus enviado
para todas as regiões do mundo e setores da sociedade, devemos manter um bom entendimento da
dupla vocação de serviço da igreja para ser ―o sal da terra‖ e ―a luz do mundo‖, e as implicações da
nossa vida diária e nossa teologia da mordomia.
O Como da Mordomia
6
O primeiro tema importante de mordomia recorrente em toda a Escritura é o fato de que Deus é o autor
e proprietário de tudo o que vemos e que não vemos. Muito associada a este tema amplo da
propriedade de Deus está a idéia de que nossa efetiva mordomia de todas as coisas deve ser avaliada de
acordo com os padrões de Deus. Em outras palavras, uma vez que Deus é o Criador do mundo, quem
daria a melhor resposta sobre como efetivamente gerenciar todas as arenas da vida além do próprio
autor e projetista?
Mordomia e generosidade são dois dos mais profundos privilégios do cristão. Eles são privilégios
dados por um Deus que nos ama e quer somente o melhor para cada um de nós. Deus não nos quer que
vejamos esses privilégios como responsabilidades a serem exercidas ou obrigações impostas sobre nós
por um Deus que não se importa com a gente.
Imagine—o Deus do universo chamou você e a mim para sermos Seus mordomos. Este fato curioso
por si só deveria nos levar a descobrir não apenas o que foi confiado aos nossos cuidados, mas também
como Deus pretende que cada área da vida seja gerenciada para Sua glória.
Servimos a um Deus perfeito––não estamos falando um Deus com uma vaga ideia de como a vida
funciona melhor. O plano de Deus para nossa vida não tem falhas. Depois que a humanidade caiu no
pecado e se tornou separada de Deus, nossa tendência é gerenciar a vida como se ela fosse nossa—
como se soubéssemos o que é melhor para nós e como a missão de Deus pode ser melhor realizada.
Somente entendemos o Como de mordomia quando buscamos conhecer e entender o Quem da
mordomia. Mordomia efetiva só pode ser conquistada quando buscamos diligentemente Aquele para
quem fomos comissionados como mordomos reais.
O Por que da Mordomia
Por que um Deus que pode e conhece todas as coisas, que está no controle de tudo que criou, nos
designou como mordomos dos Seus recursos?
Deus não precisa que sejamos Seus mordomos. Deus é mais do que capaz de gerenciar Sua criação. Se
Deus não precisa de nós para sermos Seus mordomos, por que Ele nos escolheu para sermos Seus
mordomos? 7
A Escrituras revelam sete propósitos para os quais Deus nos comissionou como Seus mordomos.
Primeiro, Deus quer que Seus mordomos tenham um caráter irrepreensível. Nossa efetiva mordomia
nos leva para o que Deus nos chamou como indivíduos. Carregamos em nós mesmos a imagem de
Deus. Isso é um grande privilégio e uma grande responsabilidade. Tal responsabilidade requer a
mordomia intencional por toda a vida.
Segundo, Deus busca desenvolver em Seus mordomos um compromisso firme e estável. Nossa efetiva
mordomia nos leva a obedecer a Deus independentemente do custo implícito nisso. Deus nos confia
recursos sob nossa responsabilidade—dinheiro, bens, inteligência, tempo, liberdade, instituições,
relacionamentos de todos os tipos, filhos e posse de coisas que às vezes deixamos entulhar nossas
vidas. Em troca disso, Ele espera que gerenciemos essas coisas refletindo nosso compromisso firme e
estável com Ele.
Terceiro, Deus quer que Seus mordomos demonstrem conformidade com Sua vontade à medida que
nos tornamos mais e mais conforme Sua imagem. Nossa efetiva mordomia nos impele a estarmos em
conformidade com a vontade e os desejos de Deus. Somente em nossa persistente e consistente busca
de Deus é que Ele revela Seu bom e perfeito plano para nossas vidas. E Sua perfeita vontade para
nossas vidas é muito mais superior do que podemos imaginar.
Quarto, Deus deseja que Seus mordomos incorporem compaixão em suas atitudes, ao cumprirem o
Grande Mandamento de amar o próximo como a si mesmos. (Lev 19:18). Nossa efetiva mordomia nos
leva a colocar as necessidades dos outros acima das nossas próprias. Nas Escrituras lemos sobre o
desejo de Deus de que sejamos doadores generosos, de que vivamos prontos para dar. O apóstolo
Paulo em 2 Coríntios 8:7 fala sobre o desejo de Deus de que nos destaquemos no ―privilégio de
contribuir‖. Fomos feitos para viver em relacionamentos, em comunidade com outras pessoas. E Deus
deseja que compartilhemos o coração dEle com aqueles que Ele coloca em nosso caminho.
Quinto, Deus deu a cada um dos Seus mordomos um chamado singular. Nossa efetiva mordomia nos
leva a cumprir nosso papel singular no Corpo de Cristo (1Cor 12:12-30). Com amor Deus afirma no
Salmo 139:13 que Ele nos teceu no ventre de nossas mães. Individualmente somos criaturas singulares,
como espécie, somos únicos entre todas as outras criaturas que Deus trouxe à existência. 8
Sexto, Deus quer que Seus mordomos entendam a singularidade do seu comissionamento. Nossa
efetiva mordomia nos leva a reconhecer o privilégio de compartilhar no cumprimento da missão de
Deus. Ao nos tornarmos efetivos mordomos em cada área de nossas vidas, nos tornamos melhor
preparados para exercer um papel, pequeno ou grande, no comissionamento singular de compartilhar
as Boas Novas de Jesus Cristo.
Sétimo, Deus quer que Seus mordomos estejam engajados em uma celebração sem fim da Sua glória.
Nossa efetiva mordomia nos leva a glorificar continuamente Aquele que nos escolheu para sermos
Seus mordomos. À medida que amadurecemos em nossa mordomia, nossa motivação pelo
gerenciamento de Seus dons reflete cada vez mais nosso desejo de glorificá-lO, honrá-lO e louvá-lO
simplesmente porque Ele é digno.
Tornando-se Mordomos do Reino
Os propósitos de Deus para mordomia podem ser melhor compreendidos através das lentes do Seu
plano, do Seu povo e do Seu processo:
O Plano de Deus. Deus nos confiou Seu Filho para que nosso relacionamento com Ele fosse reparado.
Ele nos confiou um relacionamento com o Seu Filho. Nossa resposta talvez seja a decisão pessoal de
mordomia mais importante que tomaremos.
O Povo de Deus. Deus também nos confiou uma responsabilidade momentânea de implementar Sua
missão no mundo. Ele poderia ter escolhido qualquer outra maneira—inclusive outras opções que
humanamente seriam inconcebíveis—mas mesmo assim Ele escolheu você e eu para cumprirmos essa
tarefa urgente. Pense nisso—Deus, sabendo que temos a tendência de falhar com Ele, escolheu e ainda
nos escolhe para anunciar o evangelho e fazer discípulos de todas as nações.
O Processo de Deus. Em Sua infinita sabedoria, Deus também nos confiou Seus recursos para
cumprirmos as tarefas que Ele colocou diante de nós. Ele nos dá tudo o que precisamos para cumprir
Seus propósitos divinos. Ele escolhe confiar em nós o compartilhamento de nossos recursos e o
exercício das vocações que Ele nos deu e os chamados para o cumprimento da Sua missão no mundo.
9
Todos nós recebemos recursos planejados e criados por Deus. Todos nós temos a oportunidade de
servir e glorificar a Deus com o que Ele confiou aos nossos cuidados. Cada indivíduo é um mordomo
porque Deus planejou assim. Mas Deus não quer que gerenciemos Sua criação sem planejamento, por
padrão. Ele quer que gerenciemos com propósito, com Seu propósito. O projeto de Deus para
completar Sua missão na igreja e através dela requer um significante grau de colaboração e
generosidade entre o Seu povo para criar ministérios efetivos e sustentáveis em todo o mundo.
Também é necessário um uso tecnológico amplo e agressivo para mobilizar recursos e para
compartilhar informações valiosas de diversas regiões geográficas.
Seção 2. Mordomia do Reino: Tecnologia e a Internet no Mundo Cristão
Tendênciais Atuais e Oportunidades de Crescimento em Generosidade e Mobilização de
Recursos
A Internet, tanto quando a Bíblia de Gutenberg, continua a revolucionar a maneira como os seguidores
de Cristo em todo o mundo têm acesso à informação, à inspiração e à comunidade. Nós do Grupo de
Trabalho Mobilização de Recursos vemos essa tendência se acelerar em níveis sem precedentes. Com
o advento dos sites ‗Web 2.0‘––sites que oferecem um fluxo de informação fluido, comunicação
focada e diálogo imediato via plataformas dominantes de comunicação via internet––além de acesso
crescente a tecnologia móvel de hoje em dia, inovação contínua de capacidade de internet, podem e
irão impactar dramaticamente o ministério de seguidores de Cristo nos próximos vinte anos.
Em nenhum lugar vemos essa tendência causando mais impacto do que na mobilização de recursos.
Seguidores de Cristo em organizações como Kiva.org, CharityWater.org e GlobalFast.org, como
alguns exemplos, são líderes no uso dos dons que Deus deu para trazer ferramentas de doação
inovadoras.
Um dos aspectos mais importantes da internet (e do desenvolvimento de tecnologias como um todo) é
a democratização de conteúdo e de comunidade, oferecendo em nosso dias informação e e-aplicações
tanto para a víuva pobre com suas duas moedinhas, e o jovem rico.
Se a primeira safra de plataformas de mobilização de recursos que teve destaque nos últimos anos é um
indicador, sabemos que plataformas líderes daqui a vinte anos provavelmente serão totalmente 10
diferentes. Muitos desses futuros sites, entretanto, provavelmente serão inspirados pela atual safra de
plataformas que impacta a mobilização de recursos:
Entre os websites estão os seguintes, mas lista não se limita a estes:
1. Kiva.org—uma plataforma que traz transações peer-to-peer (ponto a ponto) para o mundo
microfinanceiro.
2. CharityWater.org— uma plataforma para levantar sustento para água potável, alcançando massas
através de projeto e estética brilhantes, ferramentas de multimídia e festivais Twitter ao vivo de
comunidades com novos poços.
3. Durhamcares.org—uma plataforma que destaca organizações que estabelecem alvos para elas
mesmas e permite aos usuários contribuirem diretamente para essa organização e/ou se/quando a
organização alcança o seu objetivo.
4. MinistrySpotlight.org—uma plataforma aberta que busca ajudar seguidores de Cristo a encontrarem
entusiasmo para o seu chamado, junto com um blog para ajudar usuários aprenderem sobre efetivas
abordagens ministeriais.
5. GlobalFast.org—uma plataforma (inspirada em Isaías 58) que somente aceita doações financeiras
feitas através de jejum e oração. Através do dispositivo ―acompanhe o seu impacto‖, mostra-se
particularmente efetiva na capacitação de adolescentes e jovens para criar um nova geração de
doadores, e na transformação dos receptores de tais projetos de ajuda ao conhecerem a fonte da sua
ajuda.
6. GenerousGiving.org—nem tão ―high-tech‖, mas provavelmente o melhor recurso online para
material para pastores, educadores, seminaristas, pequenos grupos e indivíduos sobre o ―Por Que‖ de
dar.
7. Nationalchristian.com—uma organização evangélica -National Christian Foundation (NCF),
Fundação Cristã Nacional, que impulsiona a tecnologia para um nível mais alto em arenas de
mordomia/organizações de caridade. Todos os processos da NCF utilizam a web e sofisticadas 11
tecnologias para impactar o reino a partir de ponto de vista de mordomia financeira. Como resultado,
só nos três primeiros meses e meio de 2010, a NCF gerenciou mais de 6800 transações totalizando
mais de $90 milhões em contribuições para milhares de doadores. Também gerenciou mais de 17000
transações totalizando $125 milhões em subvenções para custear obras do Reino em todo o mundo.
Quase todas essas atividades são impulsionadas pela web e por outras tecnologias relacionadas. A NCF
também está investindo milhares de dólares em 2010 especificamente na expansão do uso da
tecnologia nas próximas décadas.
Acreditamos que exista um número de ingredientes essenciais que qualquer website de mobilização de
recursos tenha que ter para ser bem sucedido:
1. Interativo / Doador Contribuindo com Conteúdo. Os sites não podem continuar com um sofisticados
sistema de cartões de visita online com dados estáticos. Os usuários precisam ser atraídos para uma
experiência. Blogs, forums/grupos de chat, e comentários sempre são maneiras de fazer as coisas
acontecerem.
2. Multimedia—MP3s, vídeo on-line, webcams e filmes. Existem pouco lugares onde a diferença entre
bom e excelente seja tão pronunciada. Um bom vídeo promovendo um ministério pode atrair alguns
poucos milhares de expectadores—um vídeo excelente, alguns milhões. A busca por vídeos produzidos
acaba na Advent Conspiracy onde se vê como um vídeo excelente é.
3. Serviços de Tradução. É essencial que a igreja global seja capaz de se comunicar prontamente uns
com os outros. Novos aplicativos de servidores como Google oferecem serviço de tradução através de
API.
4. Marketing Social. Os websites devem estar integrados com aplicativos de marketing social como
Facebook e Twitter.
5. Preparando a Igreja Local. Além das Escrituras, o principal canal de distribuição de inspiração,
informação e seleção de ministérios para apoiar é a igreja local. Sites de mobilização de recursos
devem buscar maneiras de apoiar as instituições da igreja local. Microsites e widgets são duas
maneiras de apoiar comunidades e diálogos locais, como uma discussão particular com apenas o pastor 12
e os membros da igreja. Usuários individuais também devem ter acesso ao conteúdo mais amplo de
todo o banco de dados e participar do diálogo mundial.
6. Segurança. Iniciativas de mobilização de recursos em todo o mundo tem diferentes necessidades de
segurança, tanto em termos de informação acessível no website, como a necessidade de proteção
contra hackers. Técnicas para abordar esses desafios podem incluir permissão de usuários, para que
membros acessem vários níveis de comunicação, e hospedem seus sites com determinados líderes de
ministérios no espaço de hospedagem, que são especialistas nesta área.
7. Compartilhamento com outros sites. Se este ponto for menosprezado, o resultado será confusão e
ineficiência, muitos seguidores de Cristo desmotivados e a continuação de recursos não-mobilizados.
A situação atual de sites cristãos Web 2.0 parece mais com uma Torre de Babel do que com um
cenário potencial de Atos 2. Se você é um seguidor de Cristo em Lisboa, Portugal, e tem paixão pelo
plantio de igrejas em Camarões, provavelmente, não encontrará um cristão em Manchester, Inglaterra,
que compartilhe essa mesma paixão nem um cristão em Chicago que se importe com o
Desenvolvimento Econômico voltado para Cristo em Camarões. Com milhares de sites ministeriais no
momento, provavelmente eles vão para diferentes websites para buscar informações.
Um nova iniciativa surgiu entre alguns websites importantes para compartilhamento de conteúdo e
comunidade entre um grupo de websites federados mas independentes. Além de compartilhar os custos
de desenvolvimento (por que construir vinte módulos de mapeamento diferentes ou aplicações de
Facebook?), essa iniciativa apresenta uma grande oportunidade de compartilhar contéudo e
comunidade através de APIs e contribuições compartilhadas para um back-end, por trás de plataformas
administradas por um organização sem fins lucrativos, com um conselho administrativo, composto de
líderes ministeriais e tecnologistas cristãos do setor com fins lucrativos. Para mais informações sobre
esta iniciativa, por favor, entre em contato com o membro do RWMG, Henry Kaestner.
Finalmente, sites Web 2.0 não são apenas meios pelos quais a tecnologia está impactando a
mobilização de recursos.
13
Alguns exemplos são os novos podcasts de pessoas do MinistrySpotlight, e a digitalização da Bíblia
de Estudo Sobre Mordomia – e recursos relacionados do Conselho de Mordomia (Stewardship
Council).
No Grupo de Trabalho de Mobilização de Recursos, não acreditamos que Deus precise do nosso
dinheiro para fazer Sua obra, mas cremos que reunindo nossos recursos para Sua glória, nos
aproximamos mais de Deus. Quando usada na mobilização de doar recursos, a tecnologia é um
ministério, que busca transformar de maneira eficiente a vida do receptor E do doador.
para Avançar a Missão de Deus no Mundo
Autor: Ram Gidoomal
Nota do Editor: Este Documento Avançado Cape Town 2010 foi escrito por Ram Gidoomal em
colaboração com o Grupo de Trabalho de Mobilização de Recursos como uma visão panorâmica do
tópico a ser discutido na sessão Multiplex sobre ―Mobilização de Recursos para a Evangelização do
Mundo‖. As respostas a este documento serão encaminhadas através da Conversa Global Laussane
para o autor e outras pessoas para ajudá-los a formar a apresentação final no Congresso.
Introdução
No início do século vinte, uma oportunidade sem precedentes existe para discipular a igreja no padrão
bíblico fundamental de mordomia holística. À medida que a igreja se torna cada vez mais consciente
das questões de sustentabilidade, busca entender e fortalecer o papel do negócio, e expande a
mensagem da graça de dar como motivo central da vida cristã, um ambiente para transformação cria
raízes: pessoais e corporativas.
Mordomia centrada em Cristo – ou seja, gerenciamento dos recursos de Deus para Seus propósitos –
começará a promover mais responsabilidade em relação aos negócios e ministério, mais colaboração
nos esforços ministeriais para maior eficiência, e motivações saudáveis e padrões de doar nas vidas de
todos cristãos, independentemente da riqueza, localização ou status.
Seção 1. Mordomia do Reino: Discipulado de Mordomia Centrado em Cristo
Enquanto a maioria dos cristãos, senão todos, aplica a linguagem de mordomia para descrever a missão
de Deus no mundo, o entendimento teológico fundamental de mordomia varia grandemente entre
denominações e tradições religiosas.
2
Alguns grupos pensam que mordomia é dizimar. Outros acham que mordomia significa voluntariar ou
viver um estilo de vida simples. Outros ainda identificam mordomia com conservação ambiental, ação
social, doações de caridade ou fazer discípulos através do evangelismo.
Cada uma dessas boas e necessárias atividades apontam para um aspecto essencial da mordomia. Mas
cada uma delas isoladamentedeixa de capturar a visão inspiradora da mordomia bíblica como forma de
discipulado holístico que engloba toda vocação legítima e chamado para cumprir a missão de Deus no
mundo. Nesse sentido, mordomia holística, generosidade transformacional, ministério no local de
trabalho, negócio como missão e o movimento da teologia do trabalho, todos compartilham um ponto
em comum na questão da origem na visão bíblica de missão como discipulado holítico.
Por que essa visão inspiradora sofreu uma combatida? Ela sofreu oposição por duas razões principais:
(1) porque evangélicos tiraram a mordomia de um entendimento holístico da missão de Deus para
levantar fundos para missões globais e para a igreja local, e (2) porque evangélicos, ao mesmo tempo,
mantiveram a distinção problemática entre vocação clerical e vocação comum, que serviu apenas para
reforçar o antigo muro que foi eregido entre chamados sagrado e secular.
Como resultado imediato do Primerio Congresso Internacional sobre Evangelização Mundial, John
Stott, em suas palestras de Oxford em 1975 entituladas A Missão Cristã no Mundo Moderno,
identificou a raiz teológica da causa do problema. Ele discerniu que evangélicos pareciam incapazes de
se integrar satisfatóriamente com o Grande Mandamento (Lev 19:18), de ―amar o teu próximo como a
si mesmo‖, com a Grande Comissão (Mat 28:19), de ―ir e fazer discípulos de todas as nações.‖ A
missão de Deus, Stott insistiu em Mateus 5:13-16, ―descreve tudo para o que a igreja foi enviada para
fazer no mundo. [Ela] engloba a vocação dupla do serviço da igreja de ser ‗o sal da terra‘ e ‗a luz do
mundo‘ (pag. 30-31). O alvo Lausanne é que toda a igreja apresente todo o evangelho para todo o
mundo.
Nós do Grupo de Trabalho de Mobilização de Recursos acreditamos que o entendimento correto do
escopo da missão de Deus coloca uma responsabilidade de mordomia sobre todos os cristãos para se
unirem ao Filho no poder do Espírito para cumprirem o propósito do Pai na criação e redenção. No
seu nível mais básico, mordomia bíblica é holística e missional, tocando todas as áreas da vida e
aplicada a toda vocação legítima no serviço para Jesus Cristo, que é ―o primogênito de toda criação‖ e
―a cabeça do corpo que é a igreja‖ (Col 1:15-20). 3
À luz desse sentido de missão, a responsalidade do Grupo de Trabalho de Mobilização de Recursos é
oferecer à igreja global um conceito robusto de mordomia do reino e de generosidade através da
distribuição de recursos bíblicos estratégicos, e também avançar a oportunidade global de aumentar a
coloboração do reino para apoiar ministérios sustentáveis ao redor do mundo através do uso de
tecnologias emergentes e conectividade dos tempos atuais sem precendentes.
Mordomia do Reino
Mordomia é um tema central em toda a Escritura tanto quanto temas bíblicos fundamentais como
criação, queda, redenção e consumação. Antes de continuarmos avançando, no entanto, precisamos
chegar a um entendimento comum do termo.
O termo mordomia tem sofrido abusos no decorrer dos anos. O dicionário define mordomia como
―gerenciamento da propriedade de outra pessoa‖. Essa pode ser uma definição suficientemente precisa
para a maioria do seu uso, mas a palavra mordomia é a tradução da palavra grega oikonomia, que se
relaciona principalmente ao gerenciamento financeiro de uma casa. O termo é uma combinação oikos -
casa, e nomos - lei.
No uso do grego clássico a palavra tem dois significados: (1) exercitar uma capacidade administrativa,
e (2) o escritório do administrador, ou mordomo. Foi usada para coisas como acomodação de prédios,
preparação de discursos, e mais particularmente, a administração financeira de uma cidade.
Nos evangelhos, oikonomia é usada principalmente para significar o gerenciamento ou administração
da propriedade de outros (Mat 20:8; Lucas12:42; e Lucas 16:2). O registro de Mateus da Parábola dos
Talentos (25:14-30) e o registro de Lucas da Parábola do Administrador Astuto (16:1-13) ilustram
claramente esse uso de oikonomia.
Nas cartas de Paulo, entretanto, a palavra oikonomia é apresentada com o significado completo e
amplo. A palavra é aplicada (1) à responsabilidade confiada a Paulo de pregar o Evangelho (1 Cor
9:17); (2) à mordomia comissionada a Paulo de cumprir o plano divino e o propósito relacionado à
igreja, que é o corpo de Cristo (Ef 3:2); e (3) ao plano ou administração de Deus, conforme a carta de
Efésios declara, foi ―estabelecido em Cristo de fazer convergir n‘Ele todas as coisas, celestiais ou 4
terrenas, na dispensação dos tempos‖ (Ef 1:9-10; 3:9; 1Tim 1:4). O significado aqui é que Deus é o
Mestre de uma grande casa (cosmos) e administra o seu governo sobre ela; isso Ele está fazendo
através da pessoa de Seu Filho, Jesus Cristo, que por outro lado comissionou Seus mordomos humanos
(Gen 1:28-30) para gerenciar a casa do Pai através do poder encorajador do Espírito Santo.
Essencialmente, mordomia bíblica é a coroação dos mordomos de Deus para cumprir a missão de Deus
na criação e na redenção. Este é um privilégio profundo e vai além do simples fato de ser um sábio
encarregado do dinheiro e da propriedade de Deus. Na verdade, as Escrituras afirmam que cada um de
nós é um mordomo da criação e do projeto de Deus para todas as áreas da vida.
Nossa gerência dos recursos de Deus não é uma solicitação, é um fato. Não escolhemos ser gerentes
dos recursos de Deus; Deus já nos confiou Seus recursos.
O Quem da Mordomia
Quase todos concordam que precisamos ser gerentes operantes e responsáveis de dinheiro, tempo,
recursos e oportunidades. Quer falemos de mordomia financeira, mordomia ambiental ou mordomia
corporativa, quem argumentaria sobre nosso dever de efetivamente gerenciar cada uma dessas áreas?
Mesmo assim, se voltarmos à definição de mordomia, que é, ―administração dos bens de outra pessoa‖,
determinamos primeiramente o Quem da mordomia. Por definição, estamos gerenciando para outra
pessoa. Mas para quem estamos gerenciando essas arenas da vida? Dependendo de quem você
pergunta, terá uma variedade de respostas. As Escrituras, entretanto, afirmam que somos gerentes dos
bens de Deus. Já em Gênesis 1 vemos que Deus é o único fundador e proprietário do empreendimento
cósmico que chamamos de universo. As Escrituras não deixam dúvida sobre sua incontestável posse e
controle de tudo que Ele fez, da terra e de seus recursos naturais, plantas e animais.
Em nenhum momento nas Escrituras lemos sobre Deus abrir mão como proprietário de tudo que criou.
O Salmo 24:1-2 nos lembra que ―do Senhor é a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nEle
vivem; pois foi Ele quem fundou-a sobre os mares e firmou-a sobre as águas‖. O direito soberano de
Deus sobre Sua criação é ainda reforçado pelo Salmo 50:10-12: ―... pois todos os animais da florestas
são meus, como são as cabeças de gado aos milhares nas colinas. Conheço todas as aves dos montes, e 5
cuidas das criaturas do campo. Se eu tivesse fome, precisaria dizer a você? Pois o mundo é meu, e tudo
o que nEle existe‖.
Deus é o Quem da mordomia. Estamos gerenciando para o Deus vivo. Outras pessoas ou organizações
podem se beneficiar quando nos tornamos efetivamente mordomos. Mas nossa principal
responsabilidade é para Aquele que nos confiou tudo ao nosso cuidado.
O O Que da Mordomia
Uma vez estabelecido Deus como criador e proprietário de tudo que vemos e experimentamos, a
próxima pergunta é: ―O que Deus confiou ao nosso cuidado?‖. A Bíblia de Estudo Sobre Mordomia
NVI (NIV Stewardship Study Bible) revela mais de uma dezena de áreas diferentes da vida que Deus
designou para nós como mordomos. Essas áreas refletem o O Que da mordomia.
Um estudo específico das Escrituras mostra que aos mordomos de Deus foi confiada uma
variedade de responsabilidades da mordomia, como: a missão de Deus no mundo; verdade; nova vida
em Cristo; bens tangíveis como dinheiro e propriedades; graça e perdão; o meio-ambiente; a revelação
de Deus da Sua vontade na Bíblia; instituições como família, o estado e a igreja; nossos corpos; tempo;
relacionamentos de todos os tipos na família e na sua extensão; a formação do nosso caráter; nossos
vários papéis como servos; e nossos talentos, aptidões naturais e dons espirituais.
Este tipo de gerenciamento completo é uma responsabilidade grande que vai além do ser um
sábio encarregado do dinheiro e da propriedade de Deus. Quando este entendimento de mordomia é
destilado até sua idéia central, vemos que os mordomos bíblicos são gerentes de confiança do plano de
Deus para todas áreas da vida. É claro que o privilégio de ser mordomo de Deus requer que cada um
de nós entenda para o que ele ou ela foi chamado para gerenciar. E mais, como povo de Deus enviado
para todas as regiões do mundo e setores da sociedade, devemos manter um bom entendimento da
dupla vocação de serviço da igreja para ser ―o sal da terra‖ e ―a luz do mundo‖, e as implicações da
nossa vida diária e nossa teologia da mordomia.
O Como da Mordomia
6
O primeiro tema importante de mordomia recorrente em toda a Escritura é o fato de que Deus é o autor
e proprietário de tudo o que vemos e que não vemos. Muito associada a este tema amplo da
propriedade de Deus está a idéia de que nossa efetiva mordomia de todas as coisas deve ser avaliada de
acordo com os padrões de Deus. Em outras palavras, uma vez que Deus é o Criador do mundo, quem
daria a melhor resposta sobre como efetivamente gerenciar todas as arenas da vida além do próprio
autor e projetista?
Mordomia e generosidade são dois dos mais profundos privilégios do cristão. Eles são privilégios
dados por um Deus que nos ama e quer somente o melhor para cada um de nós. Deus não nos quer que
vejamos esses privilégios como responsabilidades a serem exercidas ou obrigações impostas sobre nós
por um Deus que não se importa com a gente.
Imagine—o Deus do universo chamou você e a mim para sermos Seus mordomos. Este fato curioso
por si só deveria nos levar a descobrir não apenas o que foi confiado aos nossos cuidados, mas também
como Deus pretende que cada área da vida seja gerenciada para Sua glória.
Servimos a um Deus perfeito––não estamos falando um Deus com uma vaga ideia de como a vida
funciona melhor. O plano de Deus para nossa vida não tem falhas. Depois que a humanidade caiu no
pecado e se tornou separada de Deus, nossa tendência é gerenciar a vida como se ela fosse nossa—
como se soubéssemos o que é melhor para nós e como a missão de Deus pode ser melhor realizada.
Somente entendemos o Como de mordomia quando buscamos conhecer e entender o Quem da
mordomia. Mordomia efetiva só pode ser conquistada quando buscamos diligentemente Aquele para
quem fomos comissionados como mordomos reais.
O Por que da Mordomia
Por que um Deus que pode e conhece todas as coisas, que está no controle de tudo que criou, nos
designou como mordomos dos Seus recursos?
Deus não precisa que sejamos Seus mordomos. Deus é mais do que capaz de gerenciar Sua criação. Se
Deus não precisa de nós para sermos Seus mordomos, por que Ele nos escolheu para sermos Seus
mordomos? 7
A Escrituras revelam sete propósitos para os quais Deus nos comissionou como Seus mordomos.
Primeiro, Deus quer que Seus mordomos tenham um caráter irrepreensível. Nossa efetiva mordomia
nos leva para o que Deus nos chamou como indivíduos. Carregamos em nós mesmos a imagem de
Deus. Isso é um grande privilégio e uma grande responsabilidade. Tal responsabilidade requer a
mordomia intencional por toda a vida.
Segundo, Deus busca desenvolver em Seus mordomos um compromisso firme e estável. Nossa efetiva
mordomia nos leva a obedecer a Deus independentemente do custo implícito nisso. Deus nos confia
recursos sob nossa responsabilidade—dinheiro, bens, inteligência, tempo, liberdade, instituições,
relacionamentos de todos os tipos, filhos e posse de coisas que às vezes deixamos entulhar nossas
vidas. Em troca disso, Ele espera que gerenciemos essas coisas refletindo nosso compromisso firme e
estável com Ele.
Terceiro, Deus quer que Seus mordomos demonstrem conformidade com Sua vontade à medida que
nos tornamos mais e mais conforme Sua imagem. Nossa efetiva mordomia nos impele a estarmos em
conformidade com a vontade e os desejos de Deus. Somente em nossa persistente e consistente busca
de Deus é que Ele revela Seu bom e perfeito plano para nossas vidas. E Sua perfeita vontade para
nossas vidas é muito mais superior do que podemos imaginar.
Quarto, Deus deseja que Seus mordomos incorporem compaixão em suas atitudes, ao cumprirem o
Grande Mandamento de amar o próximo como a si mesmos. (Lev 19:18). Nossa efetiva mordomia nos
leva a colocar as necessidades dos outros acima das nossas próprias. Nas Escrituras lemos sobre o
desejo de Deus de que sejamos doadores generosos, de que vivamos prontos para dar. O apóstolo
Paulo em 2 Coríntios 8:7 fala sobre o desejo de Deus de que nos destaquemos no ―privilégio de
contribuir‖. Fomos feitos para viver em relacionamentos, em comunidade com outras pessoas. E Deus
deseja que compartilhemos o coração dEle com aqueles que Ele coloca em nosso caminho.
Quinto, Deus deu a cada um dos Seus mordomos um chamado singular. Nossa efetiva mordomia nos
leva a cumprir nosso papel singular no Corpo de Cristo (1Cor 12:12-30). Com amor Deus afirma no
Salmo 139:13 que Ele nos teceu no ventre de nossas mães. Individualmente somos criaturas singulares,
como espécie, somos únicos entre todas as outras criaturas que Deus trouxe à existência. 8
Sexto, Deus quer que Seus mordomos entendam a singularidade do seu comissionamento. Nossa
efetiva mordomia nos leva a reconhecer o privilégio de compartilhar no cumprimento da missão de
Deus. Ao nos tornarmos efetivos mordomos em cada área de nossas vidas, nos tornamos melhor
preparados para exercer um papel, pequeno ou grande, no comissionamento singular de compartilhar
as Boas Novas de Jesus Cristo.
Sétimo, Deus quer que Seus mordomos estejam engajados em uma celebração sem fim da Sua glória.
Nossa efetiva mordomia nos leva a glorificar continuamente Aquele que nos escolheu para sermos
Seus mordomos. À medida que amadurecemos em nossa mordomia, nossa motivação pelo
gerenciamento de Seus dons reflete cada vez mais nosso desejo de glorificá-lO, honrá-lO e louvá-lO
simplesmente porque Ele é digno.
Tornando-se Mordomos do Reino
Os propósitos de Deus para mordomia podem ser melhor compreendidos através das lentes do Seu
plano, do Seu povo e do Seu processo:
O Plano de Deus. Deus nos confiou Seu Filho para que nosso relacionamento com Ele fosse reparado.
Ele nos confiou um relacionamento com o Seu Filho. Nossa resposta talvez seja a decisão pessoal de
mordomia mais importante que tomaremos.
O Povo de Deus. Deus também nos confiou uma responsabilidade momentânea de implementar Sua
missão no mundo. Ele poderia ter escolhido qualquer outra maneira—inclusive outras opções que
humanamente seriam inconcebíveis—mas mesmo assim Ele escolheu você e eu para cumprirmos essa
tarefa urgente. Pense nisso—Deus, sabendo que temos a tendência de falhar com Ele, escolheu e ainda
nos escolhe para anunciar o evangelho e fazer discípulos de todas as nações.
O Processo de Deus. Em Sua infinita sabedoria, Deus também nos confiou Seus recursos para
cumprirmos as tarefas que Ele colocou diante de nós. Ele nos dá tudo o que precisamos para cumprir
Seus propósitos divinos. Ele escolhe confiar em nós o compartilhamento de nossos recursos e o
exercício das vocações que Ele nos deu e os chamados para o cumprimento da Sua missão no mundo.
9
Todos nós recebemos recursos planejados e criados por Deus. Todos nós temos a oportunidade de
servir e glorificar a Deus com o que Ele confiou aos nossos cuidados. Cada indivíduo é um mordomo
porque Deus planejou assim. Mas Deus não quer que gerenciemos Sua criação sem planejamento, por
padrão. Ele quer que gerenciemos com propósito, com Seu propósito. O projeto de Deus para
completar Sua missão na igreja e através dela requer um significante grau de colaboração e
generosidade entre o Seu povo para criar ministérios efetivos e sustentáveis em todo o mundo.
Também é necessário um uso tecnológico amplo e agressivo para mobilizar recursos e para
compartilhar informações valiosas de diversas regiões geográficas.
Seção 2. Mordomia do Reino: Tecnologia e a Internet no Mundo Cristão
Tendênciais Atuais e Oportunidades de Crescimento em Generosidade e Mobilização de
Recursos
A Internet, tanto quando a Bíblia de Gutenberg, continua a revolucionar a maneira como os seguidores
de Cristo em todo o mundo têm acesso à informação, à inspiração e à comunidade. Nós do Grupo de
Trabalho Mobilização de Recursos vemos essa tendência se acelerar em níveis sem precedentes. Com
o advento dos sites ‗Web 2.0‘––sites que oferecem um fluxo de informação fluido, comunicação
focada e diálogo imediato via plataformas dominantes de comunicação via internet––além de acesso
crescente a tecnologia móvel de hoje em dia, inovação contínua de capacidade de internet, podem e
irão impactar dramaticamente o ministério de seguidores de Cristo nos próximos vinte anos.
Em nenhum lugar vemos essa tendência causando mais impacto do que na mobilização de recursos.
Seguidores de Cristo em organizações como Kiva.org, CharityWater.org e GlobalFast.org, como
alguns exemplos, são líderes no uso dos dons que Deus deu para trazer ferramentas de doação
inovadoras.
Um dos aspectos mais importantes da internet (e do desenvolvimento de tecnologias como um todo) é
a democratização de conteúdo e de comunidade, oferecendo em nosso dias informação e e-aplicações
tanto para a víuva pobre com suas duas moedinhas, e o jovem rico.
Se a primeira safra de plataformas de mobilização de recursos que teve destaque nos últimos anos é um
indicador, sabemos que plataformas líderes daqui a vinte anos provavelmente serão totalmente 10
diferentes. Muitos desses futuros sites, entretanto, provavelmente serão inspirados pela atual safra de
plataformas que impacta a mobilização de recursos:
Entre os websites estão os seguintes, mas lista não se limita a estes:
1. Kiva.org—uma plataforma que traz transações peer-to-peer (ponto a ponto) para o mundo
microfinanceiro.
2. CharityWater.org— uma plataforma para levantar sustento para água potável, alcançando massas
através de projeto e estética brilhantes, ferramentas de multimídia e festivais Twitter ao vivo de
comunidades com novos poços.
3. Durhamcares.org—uma plataforma que destaca organizações que estabelecem alvos para elas
mesmas e permite aos usuários contribuirem diretamente para essa organização e/ou se/quando a
organização alcança o seu objetivo.
4. MinistrySpotlight.org—uma plataforma aberta que busca ajudar seguidores de Cristo a encontrarem
entusiasmo para o seu chamado, junto com um blog para ajudar usuários aprenderem sobre efetivas
abordagens ministeriais.
5. GlobalFast.org—uma plataforma (inspirada em Isaías 58) que somente aceita doações financeiras
feitas através de jejum e oração. Através do dispositivo ―acompanhe o seu impacto‖, mostra-se
particularmente efetiva na capacitação de adolescentes e jovens para criar um nova geração de
doadores, e na transformação dos receptores de tais projetos de ajuda ao conhecerem a fonte da sua
ajuda.
6. GenerousGiving.org—nem tão ―high-tech‖, mas provavelmente o melhor recurso online para
material para pastores, educadores, seminaristas, pequenos grupos e indivíduos sobre o ―Por Que‖ de
dar.
7. Nationalchristian.com—uma organização evangélica -National Christian Foundation (NCF),
Fundação Cristã Nacional, que impulsiona a tecnologia para um nível mais alto em arenas de
mordomia/organizações de caridade. Todos os processos da NCF utilizam a web e sofisticadas 11
tecnologias para impactar o reino a partir de ponto de vista de mordomia financeira. Como resultado,
só nos três primeiros meses e meio de 2010, a NCF gerenciou mais de 6800 transações totalizando
mais de $90 milhões em contribuições para milhares de doadores. Também gerenciou mais de 17000
transações totalizando $125 milhões em subvenções para custear obras do Reino em todo o mundo.
Quase todas essas atividades são impulsionadas pela web e por outras tecnologias relacionadas. A NCF
também está investindo milhares de dólares em 2010 especificamente na expansão do uso da
tecnologia nas próximas décadas.
Acreditamos que exista um número de ingredientes essenciais que qualquer website de mobilização de
recursos tenha que ter para ser bem sucedido:
1. Interativo / Doador Contribuindo com Conteúdo. Os sites não podem continuar com um sofisticados
sistema de cartões de visita online com dados estáticos. Os usuários precisam ser atraídos para uma
experiência. Blogs, forums/grupos de chat, e comentários sempre são maneiras de fazer as coisas
acontecerem.
2. Multimedia—MP3s, vídeo on-line, webcams e filmes. Existem pouco lugares onde a diferença entre
bom e excelente seja tão pronunciada. Um bom vídeo promovendo um ministério pode atrair alguns
poucos milhares de expectadores—um vídeo excelente, alguns milhões. A busca por vídeos produzidos
acaba na Advent Conspiracy onde se vê como um vídeo excelente é.
3. Serviços de Tradução. É essencial que a igreja global seja capaz de se comunicar prontamente uns
com os outros. Novos aplicativos de servidores como Google oferecem serviço de tradução através de
API.
4. Marketing Social. Os websites devem estar integrados com aplicativos de marketing social como
Facebook e Twitter.
5. Preparando a Igreja Local. Além das Escrituras, o principal canal de distribuição de inspiração,
informação e seleção de ministérios para apoiar é a igreja local. Sites de mobilização de recursos
devem buscar maneiras de apoiar as instituições da igreja local. Microsites e widgets são duas
maneiras de apoiar comunidades e diálogos locais, como uma discussão particular com apenas o pastor 12
e os membros da igreja. Usuários individuais também devem ter acesso ao conteúdo mais amplo de
todo o banco de dados e participar do diálogo mundial.
6. Segurança. Iniciativas de mobilização de recursos em todo o mundo tem diferentes necessidades de
segurança, tanto em termos de informação acessível no website, como a necessidade de proteção
contra hackers. Técnicas para abordar esses desafios podem incluir permissão de usuários, para que
membros acessem vários níveis de comunicação, e hospedem seus sites com determinados líderes de
ministérios no espaço de hospedagem, que são especialistas nesta área.
7. Compartilhamento com outros sites. Se este ponto for menosprezado, o resultado será confusão e
ineficiência, muitos seguidores de Cristo desmotivados e a continuação de recursos não-mobilizados.
A situação atual de sites cristãos Web 2.0 parece mais com uma Torre de Babel do que com um
cenário potencial de Atos 2. Se você é um seguidor de Cristo em Lisboa, Portugal, e tem paixão pelo
plantio de igrejas em Camarões, provavelmente, não encontrará um cristão em Manchester, Inglaterra,
que compartilhe essa mesma paixão nem um cristão em Chicago que se importe com o
Desenvolvimento Econômico voltado para Cristo em Camarões. Com milhares de sites ministeriais no
momento, provavelmente eles vão para diferentes websites para buscar informações.
Um nova iniciativa surgiu entre alguns websites importantes para compartilhamento de conteúdo e
comunidade entre um grupo de websites federados mas independentes. Além de compartilhar os custos
de desenvolvimento (por que construir vinte módulos de mapeamento diferentes ou aplicações de
Facebook?), essa iniciativa apresenta uma grande oportunidade de compartilhar contéudo e
comunidade através de APIs e contribuições compartilhadas para um back-end, por trás de plataformas
administradas por um organização sem fins lucrativos, com um conselho administrativo, composto de
líderes ministeriais e tecnologistas cristãos do setor com fins lucrativos. Para mais informações sobre
esta iniciativa, por favor, entre em contato com o membro do RWMG, Henry Kaestner.
Finalmente, sites Web 2.0 não são apenas meios pelos quais a tecnologia está impactando a
mobilização de recursos.
13
Alguns exemplos são os novos podcasts de pessoas do MinistrySpotlight, e a digitalização da Bíblia
de Estudo Sobre Mordomia – e recursos relacionados do Conselho de Mordomia (Stewardship
Council).
No Grupo de Trabalho de Mobilização de Recursos, não acreditamos que Deus precise do nosso
dinheiro para fazer Sua obra, mas cremos que reunindo nossos recursos para Sua glória, nos
aproximamos mais de Deus. Quando usada na mobilização de doar recursos, a tecnologia é um
ministério, que busca transformar de maneira eficiente a vida do receptor E do doador.
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